Em maio de 1974, logo a seguir à revolução foi criada a Associação Livre de Agricultores em Beja. O movimento estende-se a Évora, Portalegre, Santarém e Torres Vedras, marcando presença no território onde se aplicou a reforma agrária.
João Paulo Trindade - Lusa
A ALA (Associação Livre de Agricultores) é proibida pelo ministro da Agricultura — Oliveira Batista — do Governo de Vasco Gonçalves e descrita como uma associação de malfeitores.
A então ALA surge associada à reação contra o domínio do PCP, opondo-se à ocupação do Grémio da Lavoura em Rio Maior, concelho do Ribatejo. O dia fica marcado pelo assalto à sede local do PCP que ficou conhecido como a Moca de Rio de Maior.
Luís Vasconcelos - Lusa
Um protesto em Santarém anti reforma-agrária gera uma contra-manifestação liderada por sindicatos e outras forças supostamente conotadas com o PCP. Nos confrontos, um jovem filho de um grande proprietário agrícola de Coruche é morto. O atacante, um trabalhador agrícola, é linchado no local com a faca que trazia. Episódio ficou conhecido como a "tarde trágica de Santarém" e antecedeu golpe do 25 de novembro.
É dado o passo decisivo para a criação da Confederação dos Agricultores de Portugal que só viria a ser formalizada em janeiro de 1976 num cartório de Rio Maior.
Uma grande manifestação em Braga junta mais de 100 mil agricultores que exigem maiores mudanças na lei da reforma agrária e ameaçam cortar abastecimento a Lisboa.
A lei que trava a reforma agrária, conhecida como Lei Barreto, suscita críticas à CAP por prever ainda como objetivo a "coletivização da terra".
António Cotrim - Lusa
A Confederação dos Agricultores de Portugal é reconhecida como um parceiro social e membro da concertação social.
Lusa
A recém-eleita AD (Aliança Democrática) tem o apoio da CAP, que já antes tinha publicamente apoiado a candidatura de Ramalho Eanes à presidência. José Manuel Casqueiro, secretário-geral da CAP, é eleito deputado pelo PSD no círculo do Alentejo.
O histórico secretário-geral José Manuel Casqueiro demite-se, na sequência de divergências internas, que são mais tarde ultrapassadas.
Alberto Frias - Lusa
Setor agrícola vive uma crise profunda. Culpas são atiradas para a entrada de Portugal na CEE, concretizada em 1986, e para os efeitos da Política Agrícola Comum (PAC). CAP inaugura nova sede em Lisboa, mudando-se de Rio Maior.
Raúl Rosado Fernandes, um dos fundadores da confederação, é escolhido para presidente da CAP. Rosado Fernandes foi também deputado do CDS e esteve no Parlamento Europeu
Paulo Cunha - Lusa
Presidente não acaba mandato. Há eleições antecipadas e João Machado é escolhido como presidente da CAP. Luís Mira é eleito secretário-geral, cargo que ainda mantém.
CAP apoia Governo quando Portugal contesta no Tribunal Europeu o embargo à carne portuguesa. Para a história ficam as imagens do então ministro da Agricultura, Gomes da Silva, a comer mioleira de vaca, em desafio à advertência para evitar consumir esta parte do animal.
Nuno Veiga - Lusa
Fica concluído o processo de regularização das terras expropriadas e nacionalizadas na reforma agrária. São pagas indemnizações de 80 milhões de contos (equivalente a 400 milhões de euros) aos antigos proprietários.
Mais de 10 mil agricultores marcham em frente ao Parlamento contra a redução do teor de álcool no sangue para quem conduz, de 0.5 para 0.2. Temem consequências negativas para o setor vinícola. Alteração ao Código da Estrada não avança após a demissão do Governo Guterres dois meses depois.
Inácio Rosa - Lusa
CAP promove série de manifestações contra o fim das ajudas ambientais, como a eletricidade verde. João Machado pede a demissão do ministro Jaime Silva, do primeiro Governo de José Sócrates. Protesto desagua em Lisboa na marcha do mundo rural que juntou em junho milhares de agricultores, mas também burros, vacas e tratores que desfilaram pela Av. da Liberdade.
A CAP, então liderada por João Machado, abandona uma reunião da concertação social sobre a revisão do código de trabalho. Sócrates teve de intervir e defender publicamente a importância da CAP como parceiro e sublinhar a estima pelos seus dirigentes para os agricultores regressarem à mesa.
A confederação celebra os seus 40 anos e organiza 7º Congresso Agricultura, Europa e Mercados Internacionais.
José Sena Goulão - Lusa
Eduardo Oliveira da Silva é eleito presidente, depois de João Machado ter abandonado a direção onde fez sete mandatos e esteve 22 anos.
Morreu Rosado Fernandes, um dos dirigentes fundadores da CAP. Em 2003, tinha falecido com 59 anos, José Manuel Casqueiro.