A 1 de outubro quatro direções sindicais de Lisboa - caixeiros, lanifícios, metalúrgicos e bancários convocaram a primeira reunião da intersindical ainda na clandestinidade. Estiveram presentes 13 sindicatos.
O primeiro secretário-geral da CGTP Intersindical foi eleito dois dias depois do 25 de abril. Francisco Canais Rocha abandona o cargo meses depois. Explicará mais tarde que foi afastado porque, enquanto membro do PCP na clandestinidade, foi preso e falou sob tortura.
Foi uma das primeiras medidas sociais adotadas pelo Governo provisório.
Trabalhadores da construção civil iniciam uma greve e concentram-se em frente ao Parlamento, impedindo os deputados da assembleia constituinte de sair. O cerco foi um dos momentos altos do "verão quente" que terminou dias depois com o golpe de 25 de novembro.
O Congresso de Todos os Sindicatos marcou o fim da unidade sindical defendida pela CGTP, dando origem à criação da UGT.
Armando Teixeira da Silva assume o cargo de coordenador do secretariado que ocupou até 1986. Antes fez parte do Governo provisório de Vasco Gonçalves, como secretário de Estado da Segurança Social. Era operário gráfico.
A CGTP promove várias manifestações a nível nacional contra a política da AD (Aliança Democrática) e para contestar o tecto aos aumentos salariais.
Uma concentração de trabalhadores na véspera do dia do trabalhador suscita uma intervenção policial. Há disparos e dois manifestantes foram mortos. O ministro da Administração Interna era Ângelo Correia.
Na história oficial da central a luta contra o pacote laboral promovida pela CGTP, que passou pela realização de greves gerais, contribuiu para a queda do Governo AD liderado por Pinto Balsemão.
É criado o conselho permanente de concertação social. A CGTP boicota de início o novo órgão por discordar do modelo que dava a todos o mesmo poder no voto, independentemente da representação que tinham.
Manuel Carvalho da Silva é eleito secretário-geral. Eletricista de profissão, mais tarde licenciou-se em Sociologia. Congresso aprova os novos estatutos da central, tendo sido criado o secretariado do conselho nacional, órgão eleito que passou a assegurar a gestão corrente da CGTP. Os sindicatos presentes representavam então 1,4 milhões de trabalhadores.
A CGTP aceita entrar no então conselho permanente de concertação social após a primeira maioria absoluta de Cavaco Silva obtida em 1987.
Greve geral contra o pacote laboral promovido pelo 1º Governo maioritário de Cavaco Silva paralisa parte da indústria e transportes. Segundo a CGTP, foi a maior greve geral realizada em Portugal, cobrindo todas as regiões do país e setores. Foi a primeira greve geral com a UGT e mobilizou 1,7 milhões de trabalhadores.
A luta pela semana das 40 horas marca o início da década. O projeto foi inicialmente apresentado pelo PCP e apoiado pela CGTP.
Em dezembro é promovida uma greve geral contra o pacote laboral com o objetivo de tentar impedir a aprovação do que viria a ser o Código do Trabalho, apresentado pelo Governo PSD/CDS liderado por Durão Barroso.
Novo Código do trabalho foi aprovado com a oposição da CGTP e o acordo dos outros parceiros sociais, incluindo a UGT.
A 30 de maio a CGTP promove uma greve contra a revisão do Código do Trabalho pelo Governo de José Sócrates.
Manifestação nacional da função pública contra o congelamento dos salários e o sistema de avaliação dos trabalhadores do Estado junta 50 mil funcionários públicos.
Greve geral contra as medidas de austeridade dos PEC (Programas de Estabilidade e Crescimento apresentados no segundo Governo de José Sócrates). De acordo com a CGTP, mais de três milhões de trabalhadores paralisaram.
A CGTP volta a ficar de fora do acordo para a reforma das leis laborais, promovida pelo Governo PSD/CDS com os parceiros sociais para responder às exigências da troika.
Congresso elege Arménio Carlos secretário geral para substituir Carvalho da Silva que iria atingir idade da reforma se fizesse novo mandado.
Depois de várias greves contra a reforma laboral, a CGTP convoca uma greve geral contra as políticas de austeridade, que desta vez tem a adesão da UGT.
Em agosto um sindicato afecto à CGTP convoca greve na Autoeuropa contra novo horário laboral. Foi a primeira vez que a central sindical entrou no reduto da fábrica da Volkswagen. Até então, a comissão de trabalhadores, dirigida pelo histórico António Chora, tinha liderado as relações com a administração.
O XIV Congresso da CGTP, que realiza no Seixal, vai eleger novo secretário-geral e comissão executiva. Haverá uma grande renovação porque muitos dirigentes atingiriam a idade da reforma se fizessem um novo mandato.