Cresce a resistência a uma única central sindical. Várias minorias manifestam-se dentro da CGTP e juntam-se em redor do movimento Carta Aberta que reivindica o pluralismo sindical e o "direito à tendência". A Constituição abre a porta à existência de mais do que uma central sindical.
Em janeiro, a Intersindical promove o congresso "de todos os sindicatos" que afinal marca a cisão definitiva dos sindicatos afectos ao PS e ao PSD que abandonam a central, até então única, para constituir uma alternativa.
Em outubro, no cinema Lumiar é dado o passo decisivo para a constituição da União Geral de Trabalhadores.
Arquivo DN - Fernando Farinha
Em janeiro realiza-se o primeiro congresso da UGT no Porto onde é eleito Torres Couto como secretário-geral.
Com o primeiro governo maioritário de Cavaco Silva, a UGT convoca greve contra a anunciada revisão das leis laborais. A decisão é contestada pelos TSD (trabalhadores social-democratas). Em julho, congresso extraordinário afasta os TSD e Arménio Santos, fundador da UGT, dos órgãos dirigentes.
Rebenta do caso Fundo Social Europeu. Por denúncia da Comissão Europeia, a UGT e seus dirigentes são investigados por suspeitas de fraude na obtenção de fundos para a formação, no valor de 1,8 milhões de euros. O inquérito dá origem à constituição de dezenas de arguidos entre os quais os dirigentes Torres Couto, João Proença e Rui Oliveira e Costa.
Acácio Franco - Lusa
É assinado o primeiro acordo económico e social entre a UGT, CIP e CCP. Considerado um documento fundador da concertação social com orientações macro para política de rendimentos, nomeadamente evolução do salário mínimo, e a contratação coletiva. A CGTP ficou de fora.
José Sena Goulão - Lusa
Ainda no rescaldo do caso Fundo Social Europeu, Torres Couto abandona a liderança da UGT, sendo substituído por João Proença.
Sousa Franco autoriza um aval de Estado de 600 mil contos (cerca de 3 milhões de euros) a um financiamento da Caixa Geral de Depósitos à UGT. O empréstimo serve para pagamento de verbas em falta na formação concedida no quadro do Fundo Social Europeu.
Realiza-se o julgamento do caso Fundo Social Europeu. Todos os arguidos, dirigentes da central sindical, foram ilibados.
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Acontece a primeira greve geral apoiada pelas duas centrais sindicais, contra os primeiros programas de austeridade, PEC, de José Sócrates.
Nova greve geral apoiada pelas duas centrais, desta vez contra as medidas de corte nos rendimentos dos trabalhadores do Estado, já com a troika e Passos Coelho na liderança do Governo.
Mário Cruz - Lusa
UGT assina acordo histórico e polémico na concertação social que viabiliza várias medidas de reforma da legislação laboral, indo de encontro, parcialmente às exigências da Troika, ainda que não totalmente.
O dirigente que assinou este acordo, João Proença, abandona o cargo em abril, sendo substituído por Carlos Silva que vem do Sindicato dos Bancários.
Tribunal Constitucional declara ilegal aval à UGT que é assim forçada a negociar uma solução de pagamento faseado com a Caixa.
É inaugurada a nova sede da UGT na Ameixoeira com presença a do Presidente da República e do ministro do Trabalho e Segurança Social, Viera da Silva.
A UGT volta a viabilizar um acordo na concertação social para desbloquear o aumento do salário mínimo para 557 euros. Em troca, as empresas beneficiariam de uma descida pontual da TSU em 1,25%. Mas a geringonça avaria com uma coligação negativa que junta a direita à esquerda, deixando o Governo sozinho. Carlos Santos ainda apela a Passos Coelho que repense o chumbo mas sem resultado.
Manuel de Almeida - Lusa
Carlos Silva é reeleito secretário-geral da UGT com 84,27% dos votos. Lucinda Damásio é reeleita presidente da UGT com 79,15%.
Em Junho a UGT lança fotobiografia num restaurante de um associado na Parque Expo. Entre os convidados estão Pedro Passos Coelho, Pedro Mota Soares, ex-ministro do Trabalho e Segurança Social, e Hélder Rosalino, ex-secretário de Estado da Administração Pública.